sexta-feira, 4 de março de 2016

Organizar biblioteca barato!

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Oi, Sou o Rudy da Rudy Books.
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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Rum Para Rondônia - Luiz Roncari

Peça pelo numero 876, corre que só tem um.

Entrei neste livro. Foi perambulando um dia pelas ruas do centro de São Paulo que entrei num sebo imundo, daqueles que só boêmios e artistas doidões frequentam. Cheiro de gordura de mão, comida por fungos. Os fungos estavam em sua hora de perpétuo almoço. Olhei a escuridão do sebo e pensei, hoje eu pego ao menos um deles e levo pra ser meu escravo. Mas qual deles pegaria? Quem eu estava procurando se não a mim mesmo dentro de algum daqueles livros. Olhei para a estante de direito e tive uma ânsia de vômito e um sentimento de que tudo no mundo que é escrito, fica para todos e para ninguém. No caso dos livros de direito, senti que a palavra "ninguém" devia ter enfase na frase. Continuei minha investigação. Tinha pouco dinheiro, o que demandava escolher não um lindo livro de artes, mas sim um mendigo sujo e fedorento daqueles que pudessem em sua experiência de vida me dizer algo inusitado. Olhei para a estante de literatura brasileira e, la estava um ilustre desconhecido. Um candidato a nada, uma séta no escuro a procura de um alvo. Peguei o livro. Capa meio encardida, corte amarelado. Paguei o dono do sebo e fui caminhando pelo Largo do Arouche lendo minha velha nova aquisição. Pulei os agradecimentos, voltaria a eles no fim se tivesse a fim. Parei em frente ao Chichá que ainda não tinha sido preso no meio de grades verdes, encostei-me uma enorme raiz que saia da terra e ia céu acima no meio dos edifícios e comecei a acompanhar o aventureiro maldito em sua terrível desventura em terras paulistanas. Entrei com ele nos bares, via as putas, via as luzes de neon, fui atirado com ele num porta-malas de um carro e nadei com o cara na lama do rio Pinheiros, perto da raia da USP. Dai, emputeci e fui para Rondônia montar um negocio com ele, mas a caminhada até lá, ah isto eu não posso te contar porque as vezes fede e as vezes cheira perfume de vagabunda.

Rudy Books


"Vida nova, Na cidade, vivo com a impressão de que eu estou apodrecendo. tenho medo de um dia coçar a  orelha e ela cair. Parece que alguma coisa está se enfiltrando pelos poros e corroendo as ligações entre as células. Ouço um zumbido só, como um batalhão de moscas invisíveis tivesse invadido minha cabeça.[...]"
Luiz Roncari

Tenho no meu sebo, quer entrar nesta aventura?

Só 10,00 mais frete.
 Peça pelo numero 876

sábado, 30 de janeiro de 2016

Feliz no meio dos livros.

Tanto mar para nevegar e tanta distração interativa para nos atrapalhar. Livros encurtam caminhos, mas as vezes são longos demais. Longos caminhos que tem que ser percorridos passo a passo. Escolher o livro certo é sempre difícil. As vezes precisamos de auto-ajuda, as vezes de aventura, as vezes de um livro técnico ou de um livro longo sobre civilizações antigas. A conquista das páginas é uma mágica que se cumpre no dia a dia com a insistência. Tem leitor de um livro só, do começo ao fim. Tem leitores como eu, que começam um livro, ficam meio entediados e mudam para um outro e outro até voltar ao primeiro. Livros são aulas. Como na faculdade cursamos diferentes disciplinas. Para mim cada livro que abro tem um pouco da matéria que tenho que aprender. Escolho conhecimentos que vão se somar ao meu cabedal de conhecimentos e que na soma vão me trazer algum resultado. Os cenários que cada livro constroi na mente das pessoas passam a ser lembranças quase que reais. Me lembro de um canário mental que construi do livro "A sombra do vento" quando o pai convida o menino para ir a um lugar que é cheio de livros.
Organize sua biblioteca ja: 11-26903490
 Lá ele dá ao menino a incumbência de ser o guardião de um livro para sempre. Posso ver a entrada do local, a porta velha enferrujada, as paredes repletas de livros. O velho que atendeu o pai e deu o livro ao menino com desconfiança de que ele cuidaria bem do mesmo. Este cenário me ocorre toda a vez que me lembro do texto daquele livro. Quando se diz que a gente viaja dentro dos livros não me parece nenhum exagero. Quando li Candido de Voltaire viajei a cada momento com o personagem para todos os lugares onde foi e me surpreendi com o texto todas as vezes que reaparecia um personagem supostamente morto. Se fosse ele, eu jamais teria voltado do Eldorado , onde as pedras de ouro eram desprezadas e meninos brincavam com esmeraldas e diamantes nos quintais cheios dede pó  ouro. Lá talvez os livros tivessem mais importância do que as novas tecnologias onde você interage mas não fixa.Informação curta e rasa. Um amigo estava me dizendo outro dia que tem um leitor de livros onde pode colocar mais de 10000 livros e ler em qualquer lugar. Tem muita gente pensando que ter uma biblioteca portátil é a mesma coisa que abrir um paginoso e saborear suas páginas. Hoje, no proprio celular da para ler. A amazon por uma mensalidade também dá ao leitor via celular a oportunidade de ler muitos livros.
Mas há uma grande diferença e, quem é dono de sebo como eu sabe, em você ter muitos livros que pode ler e em você separar tempo para ler livros. Eu sempre levo um livro para a fila de banco, fila de correio e até andando eu gosto de ler. Não dá pra ler um ebook no sol, nem sempre a claridade deixa, mas um paginoso sempre dá. Leio no banheiro de manhã, a noite antes de dormir e ainda acho pouco. Sempre digo que livro bom para mim é o livro que eu estou lendo. Acho que teria que ter várias vidas para conquistar todo o território paginoso que eu gostaria de percorrer. Há livros tão grossos que dá medo até de começar. Mas sempre vale a pena ir em frente e engolir certos trechos chatos para encontrar la no meio ou no fim aquele tesouro precioso que você tanto procurava. Atualmente estou me concentrando na leitura de "A dama das camélias" e um livro sobre magos. O livro sobre magos me enrolou com um monte de papo batido de espiritismo e já estou no meio do mesmo esperando pra ver se, em algum momento ele me diz algo novo. A Dama das camélias promete também, afinal se o Alexandre Dumas teve um filho e este filho também escrevia, quem sabe posso contar com uma boa narrativa imposta pela genética dos caras.
Viver no meio de livros é entender o quanto não sabemos e também que é aos poucos que conquistamos menorizar nosso problema de ignorância.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Recados criativos para meus clientes boleteiros.

O boleto bancário é uma forma de facilitar a compra pra quem não tem cartão de crédito. Mas muitas pessoas entram na estante virtual e compram por boleto e simplesmente ignoram que também tem que pagar o boleto pára poder receber o livro. Nesta crise não posso perder meus clientes assim sem tentar nenhuma abordagem. Ao invés de cobrar fira e secamente, eu envio certos recados para os clientes que as vezes amolecem o coração e os fazem tirar o escorpião do bolso.Dá uma olhada abaixo. As vezes faço uma sequência de recados e as vezes um só basta. Tem funcionado e creio que os clientes até gostam, ja recebi elogios por isto.


Recados dos livros do meu sebo quando alguem compra no boleto e fica dias sem pagar o mesmo.

Para homens:

Poxa NOME DO COMPRADOR, pensei que viriamos a ser grandes amigos, eu daria minha informação para você, você leria com avidez, viraria minhas páginas. Mas vejo que você exita em firmar esta parceria. Preciso muito que seja firme e confiante agora. Vamos lá, pague o boleto, me tira daqui amigo. Estou pegando poeira em uma sela de estante.Me sinto inútil para a humanidade.To pra baixo mesmo. Preciso de alguém que pague minha fiança. Olha só, não me prefira a outros, sou seu amigo pô!. Amigão , não me deixa na mão por favor! Pague o boleto ainda hoje.
ass. seu livro : nome do livro(O Noviço por exemplo)


Para mulheres:

Socorro nome da compradora. Nosso amor, nossa ligação cósmica está morrendo. Você direcionou seus desejos para que eu aparecesse na sua vida e agora, fica exitando em pagar o boleto. buááááá´! Não Faz isto comigo. Logo você que diz querer um amor incondicional, que quer ser melhor como ser humano depois de me ler, me chama de amor e depois me deixa aqui, mofando na estante do sebo ...snifff. Mogoei. Vamos lá, nosso amor ainda tem solução, paga o boleto ainda hoje e serei seu amigo fiel enquanto você me quiser. Amor incondicional, juro!


Ass. seu livro: (nome do livro)


 Estou muito chateado contigo. Meu coração está ferido e magoado. Você sempre disse que queria ter um amor eterno e verdadeiro e agora me esquece aqui, nesta estante fria e empoeirada. Por favor, pague o boleto e sele assim nosso amor. Serei pra sempre seu. Quero te contar minha historia e sair com você. Falar no teu ouvido enquanto estiver tomando um suco de laranja na lanchonete e me lendo. Por favor, não me deixe aqui. do seu e somente seu livro:  (nome do livro)


Nome da cliente, quero te ver. me tira daqui por favor. Vejo outros livros que foram comprados indo embora e eu fico aqui, esperando que você me ame o suficiente para pagar minha fiança. Pague o boleto e me livre desta cela de estante fria e sombria. anda há tempo de selar nosso amor. não me deixe de coração partido..buáááá...
assinado seu livro: (nome do livro)


Isabela,
Não deixe o tempo acabar com o nosso amor! Não vejo a hora de ter suas mãos me folheando, me lendo. Por favor não me deixe aqui sozinho, eu imploro, pague o boleto , preciso muito te ver.
seu livro:Triste Fim de Policarpo Quaresma - Lima Barreto

Fernando, fiquei triste agora vendo meus amigos indo para o correio sem mim...buaaaaaaa...me salva cara...pague o boleto pra eu pode ir na próxima leva vai.... seu amigo que quer te contar uma historia "A rainha do inverno"

Depois da compra:

Obrigado, muito obrigado por me tirar daqui.Em fim te encontrarei e seremos muito felizes juntos.. yuhuuuuu . Meu ex-dono está me tirando do acervo e te enviando. Te amo desde já. seu livro: nome do livro.


Em tempos de crise, crie...rsss

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Como organizamos bibliotecas em todo o mundo?

Pergunta: Gostaria de saber como funciona o trabalho de de vocês para organizar biblioteca  em todo mundo.
Qual o custo e quanto tempo de trabalho..

Como trabalhamos:

Em São Paulo Capital : Transporte  e alimentação por nossa conta(ou quando o cliente não se incomoda nos oferece o almoço)
No resto do mundo: Transporte , alimentação e estadia por conta do cliente. Normalmente em outras localidades o cliente nos acomoda em sua própria casa, não exigimos luxo algum, apenas um lugar para dormir.


Rapidez na execução do trabalho:

Depende sempre do projeto que o cliente quer. Um exemplo simples: se for a catalogação mais rápida, só para encontrar o livro, sem separação por assunto com titulo e autor em listagem excell(rápido, simples, mas tem algumas limitações na busca...apesar disto funciona bem para encontrar os livros) . caminhamos de 200 a 400 livros por dia. depende se o cliente tem mais pressa ou se não tem tanta pressa. Se tiver mais pressa, vão duas pessoas(eu e minha esposa), se não houver tanta pressa, eu vou sozinho.Se houver mais pressa ainda, tenho auxiliares que posso colocar no projeto. uma média de 200 livros por pessoa. 
Já em uma catalogação completa, que é o outro extremo, com titulo, autor, assunto, numero de paginas, editora, local da edição, idioma, palavras chave, numero de autor e numero de assunto, tudo isto digitado em banco de dados monousuário e gratuito baixado da internet, são uma média de 50 a 70 livros por dia por pessoa.Também sempre dependendo da pressa do cliente e do numero de auxiliares envolvidos.

Preço do trabalho:

O preço sempre depende da negociação com o cliente, da moeda e de alguns fatores que podem estar envolvidos no projeto como distância(aqui em SP) ou o país em que a biblioteca está(EUA ou Zimbábue?) ou até características do projeto como Tipo de etiquetas(bolinha com numero ou impressa em rotuladora com duas linhas?). Em São Paulo cobramos de 2 a 12 reais por exemplar, sempre dependendo do escopo do projeto combinado.

Finalização do Trabalho

Ao final os livros estarão na ordem desejada, acomodados nas estantes, com uma etiqueta de identificação ou outro tipo de indicação para localização dos mesmos e, poderão ser inseridos novos livros pelo proprietário da biblioteca ou este nos chamará novamente para catalogação de novos exemplares.

 Diferença entre fazer o trabalho conosco e contratar um leigo no assunto

Temos uma experiência acumulada pelo trabalho com várias bibliotecas particulares e com muitos cliente satisfeitos que ainda nos chamam para catalogar novos exemplares. 
Temos muito amor pelo que fazemos, adoramos livros e cuidaremos bem dos seus, com se fossem nossos.Se virmos algum precisando de restauro será acusado na planilha ou no banco de dados e você poderá orçar com restauradores se achar que compensa. Planejaremos onde ficará cada assunto e livros grandes que não cabem na estante serão relacionados com o local onde você decidir colocar. Nossos clientes se tornam nossos amigos. 

Ocorrências "interessantes"


Meu Long board 

Meu cliente tinha em casa dois skates. Eu aprendi a andar de skate com 40 anos. Acho uma forma legal de gastar energia. Penso que, se você quer gastar energia como um adolescente, tem que agitar como eles. Perguntei de quem eram os skates encostados e meu cliente, ao invés de dar a resposta esperada(..é do meu filho) disse..Ah rapaz, o maior é meu, este long board, mas eu nunca mais subo nele. Subi uma única vez, fui descer uma rampinha. Levei um tombo e quebrei meu braço na brincadeira. Hoje estou trocando ou vendendo ele barato. Hummm, as rodas eram americanas , o truck era parrudo, bem legal o skate. Vamos negociar então, eu disse sorrindo. Ah, você anda de skate? Ele se admirou pois tenho 52 hoje, tinha uns 47 na época. Sim, e tava louco pra ter um desses. Ele me fez o "skeitão" por uma pechincha , 300 reais na época e para descontar no fim do trabalho que eu estava executando para ele. Eu fiquei muito feliz e ando com meu long board até hoje lembrando do meu amado amigo e cliente Marcelo.


Nhaca de cachorro

Certa vez, ao chegar á residência de um cliente, um médico ortopedista com esposa, filha pequena e dois cachorros que morava em um apartamento, notei um cheiro estranho. Era um cheiro conhecido, pois eu também tinha cachorros e eles faziam as vezes uma bandalheira em casa. Eu estava sozinho naquela manhã na casa porque a empregada não viria e meu dia seria cheio. Quando fui ver de onde o cheiro vinha, pisei em algo melequento, escorregadio e pastoso mais para molho do que para purê. Já devem imaginar o que era não? Sim, era dejeto de cachorro e fui seguindo a trilha, estava pelo apartamento inteiro e o cheiro ia piorando quando se chegava na sala onde estavam os cachorros como quem dizem...Não fui eu, aninhados no sofá. Bom, eu não podia trabalhar naquele ambiente, só que a empregada não viria e os clientes só viriam a noite. Ok, onde está o rodo, veja, desinfetante, pano de chão. Incorporei a Maria faxineira e fui pra briga com a sujeira. Levei uma hora ou mais para limpar tudo. Havia sujeira mole pela casa inteira onde os cachorros havia pisado e repisado e espalhado andando pra la e pra cá. Passei até um pano para tirar o excesso do sofá que estava também uma caca pura e amenizou a situação. Dei uma passada de pano úmido nos pês dos cachorros que felizmente me deixaram fazê-lo e os prendi no cercadinho que ali havia para eles. Em fim, os donos da casa só ficaram sabendo do ocorrido a noite quando chegaram já com a casa limpa e nem imaginam o cheiro que estava quando cheguei. Quiseram me recompensar algo a mais pela limpeza, mas eu disse que não precisava, afinal era meu ambiente de trabalho e estas coisas aconteciam. Fui recompensado depois.Lendo um livro e andando de skate ao mesmo tempo no parque Vila Lobos, levei um tombo e a mão foi na frente. Achei que tinha quebrado um dedo da mão em que estava segurando um livro. Eu fizera o mesmo um dia antes com meu long board, um skate grande, quando fui fazer a mesma peripécia com o pequeno a roda travou num buraco e zaz, la fui eu para o chão. Contei isto a meu cliente e ele foi super atencioso como médico. Examinou meu dedo, apalpou e disse que estava tudo certo pelo que ele via, mas que eu passasse em seu consultório para tirar um raio X e verificar com mais certeza. o dedo sarou dias depois e nem fui no consultório, mas a recompensa foi ele ter me atendido com tanta atenção como se fosse um amigo antigo ou até, porque não dizer, um irmão de caminhada.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Uma criança de rua pedindo pra você comprar um livro?

Inusitado, isto é quase improvável e só não vou dizer impossível porque eu era um garoto engraxate que adorava ler numa época em que livros eram caríssimos. Ganhei um livro azul de meu avô quando fui na casa dele certa vez. Era da coleção Reino encantado. Tinha a historia os 3 fios de cabelo de ouro do diabo. e "Os três machados" fora outras. Eu lia e relia aquele livro porque não tinha outro.Achei-o num sebo outro dia desses.
Era ele mesmo, comprei na hora e o tenho como uma boa recordação de meus avós que me ensinaram a ler. Hoje vivo no meio dos livros, ou meus ou de meus clientes de bibliotecas particulares que organizo. Graças a Deus meu desejo de criança foi satisfeito, me dou conta agora que fiz esta reflexão. Tenho um sebo virtual e tudo o que passa por mim e eu gosto só vendo depois de ler. O livro também ficou barato. Temos a estante virtual que vende livros até de 2 reais. O livro pra mim não deve ser acumulado, deve ser lido. Livro bom é o que a gente está lendo, o resto é sonho de leitura. Eu, como bibliotecário que sou, estou consciente de que nosso conhecimento é uma ilha cercada da imensidão do mar daquilo que ignoramos.

Em Busca de um Sonho - Walcyr Carrasco

Em Busca de um Sonho - Walcyr Carrasco - Vendi este livro hoje - Abri só por curiosidade e dei uma olhada rápida no conteúdo. Se tivesse visto o conteúdo antes, teria lido antes de vender... Vi uns títulos de capítulos e comecei a me interessar e fui lendo mais. No capitulo que li, ele, o autor, simplesmente decide ir com um amigo a pé para os EUA. O patrão achou loucura mas deu a demissão porque disse a ele"Meu filho, isto é loucura mas é coisa que se faz uma vez na vida". Os pais quase tiveram um treco, mas acharam que ele voltaria com o rabo entre as pernas assim que passasse um perrengue. Só que não. Ele conta que chegou nos EUA e como chegou lá. Dependeu da bondade de muitas pessoas pelo caminho. Conta em especial quando perguntou o preço de umas maçãs para uma senhora gorda que vendia maçãs numa feira não me lembro se na Bolivia ou num pais latino americano. Quando ela falou o preço, ele se afastou agradecendo e dizendo que não tinha o suficiente. Ela olhou bem fundo pra ele e disse "Corre-lo". ele disse, No no tiengo moneda. Ela riu e disse. Yo lo se, corre-lo tonto, yo se que tiene ambre. Ele escreve que nunca esqueceu o rosto daquela mulher. Conta outros episódios bem legais também. Ele deu aulas de português para uma cega nos EUA para ganhar uns trocados. Teve que usar o nome de um amigo para poder receber o pagamento. Ele tinha que ler pra ela e por sorte, sabia muito de literatura, então apresentava á sua aluna cega os personagens dos livros com os quais estava super acostumado, ja que ela estudava literatura brasileiros. Ao fim ela tirou uma super nota nos exames e agradeceu muito a ele. Achei um texto simples e gostoso de ler. Para quem se empolgou, deve estar baratinho na estante virtual. Vi muita semelhança com minhas aventuras em Londres quando ainda jovem. Também senti-me sozinho no mundão sem fim e vi a bondade de Deus em muitas pessoas desconhecidas. A gente vai esperando o pior das pessoas, mas encontra muita gente boa pelo caminho. As más? Não me lembro de uma delas e nem o autor do livro se lembrou.